Fatima Dannemann
Marlene Dietrich, Greta Garbo, Vivian Leigh, Shirley McLaine, Susan Sarandon, Betty Davies, Winona Ryder, Julia Roberts e agora Sandra Bullock. O destino e a carreira dessas mulheres e atrizes, distantes mais no tempo que no espaço - falamos do escurinho do cinema, é claro - tem um ponto em comum. Todas estrelaram ou no mínimo dividiram o papel principal com outra atriz em filmes em que as mulheres dominaram a cena quase ao ponto de ofuscar seus parceiros masculinos. Esta fórmula tem dado certo desde que Hollywood é Hollywood e vira e mexe um filme de mulheres surge nas telonas. Se não for para ser indicado ou mesmo vencedor do Oscar, como aconteceu com "E o vento levou", que antes de drama épico é principalmente um filme sobre mulheres, pelo menos se tornará um cult. Tal como aconteceu com Tomates Verdes Fritos, Thelma e Louise, ou, quem preferir ser mais clássico, com Irma La Douce.
Simpáticas senhoras prontas para ajudar as mocinhas em apuro. Em vez de metrópole, uma típica cidadezinha do interior. Daquelas que pode ficar situada em qualquer um dos 50 estados norte-americanos. Cenas em flash-back, mostram infancia, adolescência e juventude das mulheres mais velhas. Epa!!! Você já viu isso em Tomates Verdes Fritos. Ah, e já viu também em Colcha de Retalhos, lembra? E a cena da estrada em carro conversível lhe fez lembrar Thelma e Louise. Não é para menos. Hollywood tem dessas coisas, reinventar fórmulas que deram certo e dessa vez é a roteirista de Thelma e Luise, que ganhou o Oscar, lembram?, Callie Khouri, que assina a direção de Divinos Segredos, que traz Sandra Bullock no papel de Siddalee, que deixa uma cidadezinha para tentar a carreira de dramaturga em Nova York e ao mesmo tempo fugir a dominadora mãe, Vivi, com quem ela rompe a amizade após uma entrevista. As amigas da mãe, que formam a fraternidade Ya Ya, sequestram Sidda, a levam para a cidade e começam a bombardear a garota com albuns de foto e lembranças até que a coisa muda de figura.
Seja conflito mãe e filha, problemas de mulher divorciada com a atual do ex-marido, como na divertida '" Ela é o diabo" com Meryl Streep, seja em épicos em que mulheres desafiam os padrões da época e lutam não só por sua própria sobrevivencia como para ajudar quem está por perto, como em "...E o vento levou", histórias que tem mulheres ou suas histórias em primeiro plano garantem polpudas bilheterias aos produtores e exibidores de cinema. Foi um desses filmes, aliás, que deu tardiamente a primeira indicação ao Oscar a uma das mais conhecidas estrelas dos aureos tempos em Hollywood, Lauren Bacall. Em 96, contracenando com Barbra Streisand num típico filme de mulheres, La Bacall foi indicada ao Oscar de Melhor atriz coadjuvante por O espelho tem duas faces. Nesse filme, Barbra é uma professora de literatura solitária e feia que responde a um anuncio de correio sentimental e conhece um bonitão. Bacall é a mãe não só da feiosa como de uma filha bonita e bem sucedida. Aliás, o contraponto entre a feia e a bonita está presente em vários desses filmes. Romance de Outono, é uma dessas histórias. Shirley Mc Laine acaba de ficar viuva com suas duas filhas, novamente uma bonita e bem sucedida e uma feia e frustrada. Enquanto isso, ela própria, judia, se apaixona por um viuvo italiano. E haja conflito.
Mas, os filmes de mulheres nem sempre são sobre meninas boazinhas. Betty Davies, que estrelou A Malvada, que o diga. As vezes, esses filmes falam de prostitutas. Mesmo que sejam adoráveis prostitutas como Irma La Douce, de Billy Wilder, com a mesma Shirley Mc Laine que muitos anos mais tarde viria a protagonizar o lacrimoso e oscarizado Laços de Ternura, filme sobre mãe e filha, ou sogra e genro, quem preferir, mas que muitos acham que nem merecia a indicação, quanto mais o Oscar de melhor filme. As vezes, elas são procuradas pela polícia como se fossem Butch Cassidy e Sundance Kid que trocaram os cavalos por um conversível, mas sem direito a final feliz. Foi isso que Susan Sarandon e Geena Davies vivem em Thelma e Luise, produzido por Ridley Scott, o diretor de Gladiators e Blade Runner, típico filmes "de homens".
Divinos Segredos entrou em cartaz nacional na ultima sexta-feira e está mais do que badalado nas revistas, jornais e sites da internet e mesmo que não estoure em bilheteria, promete lugar garantido entre os que cultuam esse tipo de filme. Afinal filmes de mulheres, ou sobre mulheres, mesmo que seja de pontos de vista não convencional, como o "Meninos não choram", uma discutível historinha gay que ganhou indicações ao Oscar nos ultimos anos do século passado, têm prestígio. Entre a crítica, também.
Marlene Dietrich, Greta Garbo, Vivian Leigh, Shirley McLaine, Susan Sarandon, Betty Davies, Winona Ryder, Julia Roberts e agora Sandra Bullock. O destino e a carreira dessas mulheres e atrizes, distantes mais no tempo que no espaço - falamos do escurinho do cinema, é claro - tem um ponto em comum. Todas estrelaram ou no mínimo dividiram o papel principal com outra atriz em filmes em que as mulheres dominaram a cena quase ao ponto de ofuscar seus parceiros masculinos. Esta fórmula tem dado certo desde que Hollywood é Hollywood e vira e mexe um filme de mulheres surge nas telonas. Se não for para ser indicado ou mesmo vencedor do Oscar, como aconteceu com "E o vento levou", que antes de drama épico é principalmente um filme sobre mulheres, pelo menos se tornará um cult. Tal como aconteceu com Tomates Verdes Fritos, Thelma e Louise, ou, quem preferir ser mais clássico, com Irma La Douce.
Simpáticas senhoras prontas para ajudar as mocinhas em apuro. Em vez de metrópole, uma típica cidadezinha do interior. Daquelas que pode ficar situada em qualquer um dos 50 estados norte-americanos. Cenas em flash-back, mostram infancia, adolescência e juventude das mulheres mais velhas. Epa!!! Você já viu isso em Tomates Verdes Fritos. Ah, e já viu também em Colcha de Retalhos, lembra? E a cena da estrada em carro conversível lhe fez lembrar Thelma e Louise. Não é para menos. Hollywood tem dessas coisas, reinventar fórmulas que deram certo e dessa vez é a roteirista de Thelma e Luise, que ganhou o Oscar, lembram?, Callie Khouri, que assina a direção de Divinos Segredos, que traz Sandra Bullock no papel de Siddalee, que deixa uma cidadezinha para tentar a carreira de dramaturga em Nova York e ao mesmo tempo fugir a dominadora mãe, Vivi, com quem ela rompe a amizade após uma entrevista. As amigas da mãe, que formam a fraternidade Ya Ya, sequestram Sidda, a levam para a cidade e começam a bombardear a garota com albuns de foto e lembranças até que a coisa muda de figura.
Seja conflito mãe e filha, problemas de mulher divorciada com a atual do ex-marido, como na divertida '" Ela é o diabo" com Meryl Streep, seja em épicos em que mulheres desafiam os padrões da época e lutam não só por sua própria sobrevivencia como para ajudar quem está por perto, como em "...E o vento levou", histórias que tem mulheres ou suas histórias em primeiro plano garantem polpudas bilheterias aos produtores e exibidores de cinema. Foi um desses filmes, aliás, que deu tardiamente a primeira indicação ao Oscar a uma das mais conhecidas estrelas dos aureos tempos em Hollywood, Lauren Bacall. Em 96, contracenando com Barbra Streisand num típico filme de mulheres, La Bacall foi indicada ao Oscar de Melhor atriz coadjuvante por O espelho tem duas faces. Nesse filme, Barbra é uma professora de literatura solitária e feia que responde a um anuncio de correio sentimental e conhece um bonitão. Bacall é a mãe não só da feiosa como de uma filha bonita e bem sucedida. Aliás, o contraponto entre a feia e a bonita está presente em vários desses filmes. Romance de Outono, é uma dessas histórias. Shirley Mc Laine acaba de ficar viuva com suas duas filhas, novamente uma bonita e bem sucedida e uma feia e frustrada. Enquanto isso, ela própria, judia, se apaixona por um viuvo italiano. E haja conflito.
Mas, os filmes de mulheres nem sempre são sobre meninas boazinhas. Betty Davies, que estrelou A Malvada, que o diga. As vezes, esses filmes falam de prostitutas. Mesmo que sejam adoráveis prostitutas como Irma La Douce, de Billy Wilder, com a mesma Shirley Mc Laine que muitos anos mais tarde viria a protagonizar o lacrimoso e oscarizado Laços de Ternura, filme sobre mãe e filha, ou sogra e genro, quem preferir, mas que muitos acham que nem merecia a indicação, quanto mais o Oscar de melhor filme. As vezes, elas são procuradas pela polícia como se fossem Butch Cassidy e Sundance Kid que trocaram os cavalos por um conversível, mas sem direito a final feliz. Foi isso que Susan Sarandon e Geena Davies vivem em Thelma e Luise, produzido por Ridley Scott, o diretor de Gladiators e Blade Runner, típico filmes "de homens".
Divinos Segredos entrou em cartaz nacional na ultima sexta-feira e está mais do que badalado nas revistas, jornais e sites da internet e mesmo que não estoure em bilheteria, promete lugar garantido entre os que cultuam esse tipo de filme. Afinal filmes de mulheres, ou sobre mulheres, mesmo que seja de pontos de vista não convencional, como o "Meninos não choram", uma discutível historinha gay que ganhou indicações ao Oscar nos ultimos anos do século passado, têm prestígio. Entre a crítica, também.
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